Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães
Igreja de Santa Maria de Airães

Igreja de Santa Maria de Airães

Felgueiras; Igreja de Santa Maria de Airães, meditar, visitar, imperdíveis

Descrição

Santa Maria de Airães, na atualidade, ostenta as várias fases da sua vivência ditadas pela influência dos seus padroados. A sua construção poderá remontar a finais do século XI, no entanto hoje apenas podemos deslumbrar marcas da sua reformulação de finais do século XIII ou início do século XIV e da sua ampla transformação em época moderna.

Esta igreja terá sido padroado de nobres e apresentação do Arcebispo de Braga no século XIII, passando a ser padroado régio vinculado a Ordem de Aviz em 1394 até que a partir de 1517 foi comenda da Ordem de Cristo. A importância de cada um destes patronos foi patenteada pelas diversas fases construtivas e de remodelação que deram forma ao templo que hoje vemos.

Esta igreja está classificada como Monumento Nacional desde 29 de setembro de 1977 (Dec. 129/77 de 29 de Setembro).

Santa Maria de Airães localiza-se numa zona de vale designada por lugar do Mosteiro na freguesia de Airães.

Este templo está documentado desde 1090, no entanto, hoje em dia não se deslumbram traços do edificado desse período. Nas inquirições de 1220 e 1258 a igreja de Airães continua a ser referenciada, sendo que nas inquirições de Afonso III figura como igreja de apresentação do Arcebispo de Braga (Rosas 2008: 87). Nesta mesma inquirição de 1258, de Afonso III, esta igreja surge com a denominação de mosteiro na inquirição de São João de Aião, freguesia vizinha de Airães, onde refere a partilha das propriedades de Aião com os Mosteiros de Bustelo e Mancelos – “…dixit quod est inde medietas Monasterii de Araes, et alia medietas Busteli et de Mancelos.” (PMH, Vol. II, Fasc. IV e V: 611).

Segundo Craesbeek existia uma inscrição junto ao púlpito que ostentava a data de 1184, no entanto essa mesma inscrição do século XII, vista por este autor em 1726, tem paradeiro desconhecido (Rosas 2008: 88).

A igreja tal e qual a vemos resulta das intensas alterações operadas ao edificado primitivo em período gótico, seiscentista e setecentista (rococó).

Da construção românica ainda subsiste a capela- mor de planta retangular coberta com abobada de berço quebrada e o portal ocidental inserido numa estrutura pétrea pentagonal saliente, similar as Igrejas de Sousa e Unhão (Rosas 2008: 88).

As frestas também são elementos que marcam o período românico, idênticas a vários templos do Tâmega e Sousa. No exterior da capela-mor podemos verificar a existência de arcaturas assentes sobre a cachorrada, sendo uma solução arquitetónica muito usual em alguns templos do concelho de Felgueiras, como na igreja de Sousa e Unhão (Rosas 20088: 89) ou até nos absidíolos do Mosteiro de Pombeiro.

As várias siglas que marcam os silhares utilizados na construção deste templo também denunciam a sua origem românica.

Deste período o templo seria uma construção de nave única com capela- mor retangular ligeiramente mais baixa e estreita que a nave.

Alguns elementos decorativos e arquitetónicos presentes nesta construção indiciam uma construção de finais do século XIII e inícios do século XIV, tal como a decoração dos capitéis ou ausência de decoração e conceção das arquivoltas presentes no portal axial, que nos poderão remeter já para período gótico. No entanto importa esclarecer que nesta região do Entre-Douro-e-Minho essa convivência dos dois estilos arquitetónicos é usual tal como sucede em Airães. O estilo gótico está presente em Portugal desde o início do século XIII e a permanência do estilo românico até ao século XIV é uma realidade, pelo que nem sempre é fácil refinarmos as cronologias destas construções (Rosas 2008: 89).

A torre sineira adossada a norte da capela-mor possui vãos de iluminação e de entrada que serão já de período gótico (Rosas 2008: 89).

A sucessão de padroados e vínculos desta igreja também terá impulsionado as várias reformas e remodelações que o velho templo românico terá sofrido.

Se em 1258 o padroado da igreja é de nobres e da apresentação do Arcebispado de Braga, em 1394 o padroado já é do Infante D. Henrique que a vincula a ordem de Aviz, passando em 1517 a comenda da Ordem de Cristo (Rosas 2008: 87).

É sob o signo das comendas das Ordens de Cristo e de Malta, já em época moderna no século XVII ou XVIII, que se dão as profundas alterações ao edificado. Em 1726 sabemos que as capelas de Santo Amaro, Nossa Senhora Assunção e Nossa Senhora da Nazaré eram filiais desta igreja. Junto à igreja há relatos da existência de um casario para a residência dos reitores (Rosas 2008: 91-92).

Neste período foram acrescentadas duas naves laterais que internamente são delimitadas por arcos de volta perfeita sobre imponentes pilares circulares. As naves laterais possuem portas e janelas de vão reto (Rosas 2008: 87).

A panóplia decorativa também aumenta exponencialmente com a inclusão de retábulos em talha dourada e o revestimento a azulejo das paredes laterias da capela-mor.

Nas memórias paroquiais de 1758 é perentório que esta igreja possuía um retábulo de talha dourada e sacrário na capela-mor e 4 altares nas naves, dois nas naves laterais e dois na nave central. O mobiliário interno que hoje o templo ostenta indicia uma remodelação interna do mesmo em momento posterior a meados do século XVIII, já que atualmente a igreja possui uma fresta e um pequeno sacrário no altar-mor e dois altares nas naves laterais de finais do século XVIII apesar de apresentarem alguns motivos concheados ao estilo rococó (Rosas 2008: 91-94).

Os painéis de azulejos que revestem as paredes da capela-mor são seiscentistas com padrões formando camélias envolvidas em motivos retilíneos a azul (Rosas 2008: 94).

Bibliografia

Rosas, Lúcia Maria Cardoso; Rocha, M. J. M.; Santos, D. G; Barros, M. S. (2008) Rota do Românico do Vale do Sousa. Lousada: VALSOUSA.
Portucale Monumenta Historica. Inquisitiones. Volume I Fasciculo IV e V. Olisipone: Tipycs Academics, 1987.

Galeria

Vídeos

Formulário de contacto

    O seu nome (obrigatório)
    O seu Email (obrigatório)
    Assunto
    A sua mensagem