Ponte Medieval do Arco S. João
Ponte Medieval do Arco S. João
Ponte Medieval do Arco S. João

Ponte Medieval do Arco S. João

Descrição

A Ponte do Arco S. João, sobre o Rio Vizela, liga as margens de duas paroquias, Serzedo e Jugueiros, que, pela proximidade com a Ponte do Arco de Vila Fria depreendemos que se articulava com a via principal de filiação romana que ligava Guimarães a Amarante, a qual ainda manteve a sua importância e relevância durante a Idade Média, a Idade Moderna e parte da época Contemporânea.

A arquitetura pontística marcou inevitavelmente a paisagem medieval que desde o século XII seriam consideradas obras de piedade. No essencial estas infraestruturas permitiam a mobilidade do homem nesta época, fundamentalmente no interior da paróquia e não mais raramente para além dessa circunscrição.

Demonstrando uma tipologia construtiva medieval a Ponte do Arco de S. João possui tabuleiro em cavalete e um só arco formado por aduelas de bom aparelho regular, esta ponte terá sido intervencionada em períodos posteriores. Os seus paramentos em alvenaria de granito irregular não nos permitem estabelecer as várias fases de intervenção ou reparação da estrutura, à qual podemos juntar a aparente ausência de siglas de canteiro, usuais em período medieval, que também não ajuda no seu enquadramento cronológico.

A primeira referência documental a esta ponte é efetuada nas inquirições de 1758 de Jugueiros e Cepães, de onde destacamos o relato do pároco de Cepães que refere: “… abaixo desta freguesia fica o arco de Sam Joao sem guardas por donde passam carros e mais abaixo fica a ponte de Pombeiro de arcos e guardas das bandas da estrada com muita concorrencia de gente para diversas partes …”, indiciando que as atuais guardas serão de finais da Idade Moderna ou de época contemporânea.

Apesar da proximidade da Ponte de Travassós, também ela em Jugueiros, o relato do pároco de Jugueiros em 1758 é claro em dizer que ambas as pontes não possuíam qualquer ligação. Assumindo-se assim que a Ponte do Arco no lugar de S. João seria uma ponte local que ligava as povoações de Serzedo (Guimarães) e Fareja (Fafe) a Jugueiros. A articulação desta ponte com o centro da paroquia de Jugueiros, o lugar do Assento, também está ausente nas fontes primarias e documentais, não se deslumbrando qualquer traçado primitivo ou a forma como seria transposto o rio Vizela, não se descurando a hipótese de se poder realizar a vau.

Pela relevância dada pelo abade de Cepães a esta ponte podemos inferir que esta seria uma estrutura importante para aquela paroquia e à qual poderemos relacionar troços lajeados ainda preservados no Arco que se direcionam para Cepães. Na mesma inquirição acima transcrita o relator também evidência a importante via inter-regional, de filiação romana, que atravessava o rio Vizela na Ponte do Arco de Vila Fria, e à qual poderia haver uma ligação através da Ponte do Arco de S. João.

Nas imediações da ponte, a norte, assinalamos também a Capela de S. João já mencionada nas inquirições de 1758. Esta é uma pequena capela, simples do ponto de vista arquitetónico, que possui planta retangular assente numa pequena plataforma, coberto de duas águas e vão de porta e janelas de verga reta. Ainda hoje as gentes de Jugueiros celebram o dia de S. João a 24 de junho nesta capela, onde é celebrada missa e realizado um convívio na envolvência do pequeno templo.

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