Cruzeiro do Couto de Pombeiro

O cruzeiro do Couto de Pombeiro enquadra-se na tipologia de cruzeiros paroquiais que, tinham por finalidade assinalar os limites físicos da paróquia, sendo símbolos de jurisdição paroquial. Talvez a sua localização estratégica tenha tido em conta o traçado das duas importantes vias medievais que passavam nesta região.

O Cruzeiro do Passal, como é vulgarmente conhecido, terá marcado durante séculos a entrada para o Couto de Pombeiro (Teixeira 2010: p. 26). A associação deste cruzeiro com as Capelas do Senhor dos Passos e a Fonte de Santa Bárbara patenteiam a sacralização de toda a alameda até ao Mosteiro de Pombeiro durante a época moderna.

Originalmente situado em frente ao cemitério, e transferido em 2007 para um pequeno terreiro de fronte á Fonte de Santa Bárbara, é constituído por uma base de com soco de secção quadrangular de cinco degraus, seguido de pedestal de formato retangular com embasamento e cornija salientes, com fuste muito alto e fino, de vértices chanfrados, encimado por esfera e uma cruz em xisto de braços iguais com motivos vegetalistas nas extremidades, semelhantes à uma flor de lis que integra a cruz da Ordem de São bento. O material distinto da cruz atual, outrora em ferro flordelizada com cristo (Fernandes 1989: p.139) ou cruz de ferro trilobada (Teixeira 2010), faz-nos supor que a cruz atual será do último restauro de 2007. No entanto, e pelas fotografias dos dois autores, a forma terá sido mantida.

A sua construção terá ocorrido pelo menos na primeira metade do século XVII, figurando já nos relatórios trienais do Mosteiro de Pombeiro em 1632 (Teixeira 2010), tendo sido também reformulado aquando das comemorações centenárias de 1940, tendo sido colocado uma placa em mármore com uma inscrição alusiva as comemorações da independência (Fernandes 1989: p.138).

Bibliografia

Teixeira, Raquel Brochado (2010) Inventário do Património do Concelho de Felgueiras: Alminhas, Cruzeiros, Cruzes, Oratórios e Monumentos Funerários.
Relatório de Estágio apresentado à Faculdade de Letras da Universidade do Porto – Mestrado em História da Arte Portuguesa, Porto. (Polifotocopiado)
Fernandes, Antonino M. (1989) Felgueiras de ontem e de hoje – Felgueiras: Câmara Municipal de Felgueiras