Casa de Simães e Jardins
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Casa de Simães e Jardins

Felgueiras; Pátio e Jardins da Casa de Simães, Visitar, Viver, Imperdíveis

Descrição

A Casa de Simães, localizada na freguesia de Moure, confunde-se com a própria história do concelho.

Em tempos medievais revela importância com a posse partilhada de terras entre D. Afonso III e Dom Rodrigo Froilaz de Leão, elemento da velha nobreza.

Séculos mais tarde torna-se a morada privilegiada dos senhores donatários de Felgueiras. Terá sido sob a égide destes donatários que adquiriu a morfologia que hoje conhecemos, onde se destaca um jardim barroco de belo efeito, com um magnifico programa escultórico presente nas suas fontes. A casa, apesar de ser muito singela do ponto de vista ornamental, retrata um programa construtivo que terá evoluído desde a Idade Média até a época Moderna.

O conjunto do pátio e jardins da Casa de Simães está classificado como Imóvel de Interesse Publico desde 1974 (Decreto n.º 735/74 de 21 de Dezembro).

A Casa de Simães, situado no lugar de Simães freguesia de Moure, teve, possivelmente, origens medievais.

Apesar de não ser referenciada qualquer construção nas inquirições de Afonso III o rei possuía em Simães duas partes de três leiras que dividia com Dom Rodrigo Froilaz de Leão (PMH, Vol. II, Fasc. IV e V: 549). Nas inquirições de D. Dinis, este nobre já possuía várias propriedades em Moure, nomeante uma quintã e vários casais onde estaria incluído Simães (Tavares 2015: 36).

No século XVI terá funcionado como morada dos Juízes de Órfãos do concelho, sendo o último juiz a ocupar a casa António Mendes de Vasconcelos que morreu na miséria, tendo os seus filhos sido obrigados a vender a velha casa posteriormente (Fernandes 1989: 80).

A sua morfologia atual remonta a inícios do século XVII, época em que foi adquirida por Francisco Pinto da Cunha em 1607, e passou a ser casa dos donatários de Felgueiras (Fernandes 1989: 79). O novo proprietário e prestígio desta casa terão originado profundas obras de remodelação que uniformizou o seu estilo arquitetónico, como se denota nos vãos das janelas e portas das fachadas, todas elas, de verga reta com friso saliente na padieira.

Atualmente o conjunto edificado é composto por vários corpos retangulares de diferentes volumetrias que formam uma planta em “L”. A composição indicia as sucessivas remodelações que o edificado terá sofrido e que nós não conseguimos balizar com precisão. A ornamentação singela subsiste apenas nas padieiras das portas e janelas, sendo o restante edificado rebocado com a exceção dos cunhais que apresentam um bom aparelho granítico rematado por um friso saliente. A entrada voltada para o terreiro, possui uma escadaria simples de um só lanço com patim superior sem qualquer registo de ornamentação.

Tal como o edificado a área envolvente da casa foi sofrendo sucessivas alterações, onde hoje podemos ainda admirar um amplo jardim dotado de esculturas e um chafariz de traça barroca e rococó (Fernandes 1989: 140).

Destacam-se no jardim cinco fontes embutidas no muro limite do terreiro, a sudeste, com uma iconografia muito peculiar, representando cada uma delas um continente associado a cada um dos ramos da família: os Pereiras são associados à Ásia, os Pintos associados à África, os Coelhos associados à Europa e os Silva são associados à América As carrancas possuem formas de animais, monstros marinhos e um cupido onde se associam a guerreiros com as armas dos vários ramos da família (Fernandes 1989: 140-141). Entre cada uma destas fontes, sobre o muro, encontram-se dois remates formados pela conjugação de volutas que nos sugerem pequenos “frontões” ondulados encimados por uma pequena base rematado por uma esfera.

O acesso ao terreiro que nos conduz a casa é realizado através de um portal flanqueado por pilastras com capitéis que suportam o entablamento, liso, sobre o qual se ergue o frontão contracurvado em volutas encimado por três esculturas de guerreiros, duas laterais e uma ao centro. Ao centro, no tímpano, exibe-se brasão.

Bibliografia

Tavares, Pedro Villas Boas et all (2015) Felgueiras: 500 anos do Concelho (dados e perspectivas). Câmara Municipal de Felgueiras.
Fernandes, Antonino M. (1989) Felgueiras de ontem e de hoje – Felgueiras: Câmara Municipal de Felgueiras

Portucale Monumenta Historica. Inquisitiones. Volume I Fasciculo IV e V. Olisipone: Tipycs Academics, 1897.

Galeria

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